Transtorno do Pânico e Agorafobia
- psicologacamilacesar
- Jul 17, 2021
- 3 min read
Updated: Aug 27, 2022
Conheça mais sobre o Pânico e o outro transtorno que pode acompanhá-lo

A palavra “pânico” se origina de um mito da Grécia antiga sobre um deus chamado Pã. Esse ser era considerado protetor dos bosques, dos campos e dos rebanhos. Sua aparência era de homem na parte superior do corpo e de bode na parte inferior. De natureza selvagem e imprevisível tinha o poder de provocar terror repentino em humanos e animais.
Transtorno do Pânico ou Síndrome do Pânico
Crises de pânico são ocorrências de medo ou desconforto intenso, de início súbito, que são acompanhadas de forte excitação autonômica (descarga do sistema nervoso autônomo), caracterizado por ideação verbal ou imaginária errônea de catástrofe física ou mental e ansiedade incontrolável intensa e uma forte urgência de fugir.
As crises de pânico costumam durar poucos minutos, frequentemente em torno de 10 minutos. Nelas observam-se sintomas como:
Sensação de perigo;
Sensação de morte iminente;
Medo de enlouquecer ou de perder o controle;
Sensações de estranhamento (cabeça leve/corpo fica estranho) e irrealidade;
Formigamentos;
Tontura, vertigem, desmaio ou sensação de instabilidade;
Desconforto abdominal ou náusea
Tremores;
Desconforto respiratório;
Palpitações ou taquicardia;
Sudorese;
Calafrios ou ondas de calor.
Durante a crise de pânico é muito comum a pessoa pensar que está tendo um ataque cardíaco. Ocorre uma hipervigilância de sensações corporais e intensa apreensão que promove pensamentos catastróficos de ruína física (medo de morrer) ou mental (medo de perder o controle).
Contudo, o que caracteriza o Transtorno do Pânico é a ocorrência das crises de pânico recorrentes com desenvolvimento de medo de ter novas crises, preocupação com possíveis implicações da crise e sofrimento subjetivo significativo. A ansiedade antecipatória às novas crises de pânico leva a respostas de evitação de algumas situações gatilho ou lugares que estavam durante uma crise, acarretando busca exagerada de segurança e restringindo atos e situações.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o transtorno atinge entre 2% e 4% da população brasileira. Outro dado importante é que cerca de 70% dos casos acontecem com mulheres, principalmente jovens entre 15 a 25 anos
O tratamento é realizado através de medicamentos psicofármacos e psicoterapia. Portanto, se você identificou esses sintomas em você, procure um psiquiatra e um psicólogo para avaliação e acompanhamento.
Agorafobia
O termo “Agorafobia" tem origem no grego antigo “ágora”, que significa praça pública, com o sufixo fobia. A Agorafobia caracteriza-se por um medo intenso em locais amplos, geralmente com número significativo de pessoas, que promove um comportamento de esquiva em relação a lugares ou situações em que a fuga seria difícil ou embaraçosa, na qual a assistência poderia não ser facilitada ou a presença de pessoas próximas não seja rapidamente acessível, caso o indivíduo apresente uma crise de pânico ou sintomas de ansiedade elevada.
Com frequência, crises de pânico precedem o início de Agorafobia, e indivíduos com Transtorno de Pânico têm maior probabilidade de desenvolver evitação agorafóbica a situações associadas com a primeira crise de pânico. O transtorno de Agorafobia é raramente diagnosticado sem o Transtorno de Pânico.
Pesquisas revelam que em torno de 30 a 50% das pessoas com Agorafobia também têm o diagnóstico de Transtorno do Pânico.
Observa-se alta ansiedade antecipatória sobre a ocorrência de crises de pânico, maior sensibilidade à ansiedade elevada, menor senso de controle sobre ameaças e uma tendência a usar a evitação como estratégia de enfrentamento em pessoas com Agorafobia.
"Medo, tenho medo, muito medo... quando vem a vida e obriga a gente a se decidir. Tenho medo, muito medo... de enfrentar a morte e a má sorte... e eu tenho medo de seguir". (Trecho da música Canção do Medo de Gianfrancesco Guarnieri & Toquinho)
A Agorafobia leva a pessoa a evitar situações cotidianas diversas, como:
Ficar sozinho ou sem a presença de pessoas de confiança;
Estar em locais com muitas pessoas (supermercados, cinema, estádios, transportes públicos);
Estar em um congestionamento;
Atravessar pontes, viadutos, túneis ou passarelas;
Viajar;
Sair de casa.
Quando o indivíduo se encontra em uma dessas situações temidas, apresenta uma sensação de intenso desamparo, o que leva ao estreitamento das possibilidades vivenciais, restringindo-o, às vezes, a sua casa e a ambientes muito familiares e seguros.
A Psicoterapia ajuda o paciente a reconhecer e controlar seus pensamentos distorcidos e suas crenças falsas, promovendo, também, a dessensibilização sistemática das situações temidas.
Se você se identifica com alguns dos sintomas do Transtorno do Pânico e da Agorafobia não hesite em buscar ajuda.
Agende uma consulta.
Texto por Camila César
Psicóloga Clínica
CRP 04/30341
Referência: Canção do Medo – Marlene, Toquinho & Guarnieri
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