É tristeza ou depressão?!

O sintoma mais perceptível da depressão é a tristeza prolongada, e isso é o fator determinante para erros na compreensão da diferença entre tristeza comum e depressão.

Essa dúvida é muito frequente hoje em dia, e é muito importante saber diferenciar. O indivíduo experiencia diversas emoções em sua vida, há momentos de felicidade, de medo, de surpresa, de nojo, de raiva e de tristeza. Assim como nas outras emoções, a tristeza também tem seu lugar e importância. Em algum momento, nos sentiremos tristes, como em perdas, em frustrações, ao sentir solidão ou culpa, por exemplo. Mas, estarmos nos sentindo tristes é a mesma coisa que estar em depressão? A resposta é Não.

O sintoma mais perceptível da depressão é a tristeza prolongada, e isso é o fator determinante para erros na compreensão da diferença entre tristeza comum e depressão. Muito se ouve as pessoas dizerem que estão deprimidas quando, de fato, estão tristes porque algo de ruim aconteceu. Entretanto, na depressão, a tristeza é um sentimento constante, presente na maior parte do tempo, muitas vezes, diariamente.

Conceito

A Depressão é uma psicopatologia que produz alteração do humor caracterizada por tristeza profunda (é uma tristeza que persiste), associada a sentimentos de dor, angústia, perda de interesse em atividades que antes eram prazerosas, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

A depressão atinge aproximadamente 350 milhões de pessoas no mundo. É uma doença que pode acometer crianças, adolescentes, adultos jovens e idosos. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados como leves, moderados e severos. Os sintomas podem variar em cada caso.

Sintomas

Os sintomas apresentados em casos de Depressão englobam:

· No humor: tristeza prolongada, apatia, culpa, descontentamento geral, desesperança, mudanças de humor, perda de interesse ou prazer nas atividades, baixa autoestima, sentimento de inutilidade, e tédio;

· No comportamento: choro excessivo, inquietação, irritabilidade e isolamento social;

· No sono: despertar precoce, excesso de sonolência, insônia e sono agitado;

· Na cognição: diminuição da concentração, lentidão durante atividades, dificuldade em tomar decisões, interpretação negativa da realidade e pensamentos de morte ou de suicídio;

· No corpo: mudança no apetite (tanto para menos quanto para mais), diminuição da libido, perda de energia, fadiga acentuada e dores diversas.

Depressão no Brasil

Segundo dados de 2019 da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil, 5,8% da população sofre de depressão, ultrapassando a média mundial, que é de 4,4%. Essa informação mostra que aproximadamente 12 milhões de brasileiros sofrem com a doença, colocando o país em primeiro lugar do ranking no número de casos de depressão na América Latina.

Os dados evidenciam a desinformação e preconceito em torno da doença. Infelizmente, ainda temos muito a evoluir nesse país sobre a forma como abordamos doenças mentais. É preciso frisar que a depressão é uma doença crônica como qualquer outra. Abordar a depressão como doença é a primeira coisa para progredirmos nesse quesito.

Tratamento

Se você identifica os sintomas da depressão em si mesmo ou em alguém que conhece, busque e incentive o tratamento com um Psicólogo e com um psiquiatra. Em alguns casos, pode ser necessário o uso de psicofármacos para a diminuição da agudez dos sintomas, podendo ser indicada a consulta ao médico psiquiatra para avaliação. A Psicoterapia trabalhará mudanças na rotina, como um estilo de vida saudável, evidenciando questões psíquicas envolvidas na doença, abordando conflitos comportamentais para superá-la de forma global.

Não tenha vergonha de pedir ajuda, você não precisa passar por isso sozinho(a).

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Texto por Camila César

Psicóloga Clínica

CRP 04/30341